Pesquisa realizada na manhã do dia 13 de março de 2012 no bairro Jardim Holanda, em Uberlândia, com um total de 12 entrevistados.
As primeiras impressões do bairro percebidas pelo grupo foram:
Falta de vegetação na maioria das ruas;
A grande maioria das casas haviam construído muros ao redor do terreno;
Falta de serviços públicos de lazer para a população do bairro, principalmente praças;
Houve dificuldade em encontrar moradores nas casas, devido ao horário da pesquisa, em que a maioria dos moradores estavam trabalhando.
Não houve resistência dos moradores para com os pesquisadores. Todas as casas eram próprias.
Havia pesar por partes de alguns entrevistados ao dizer os defeitos da casa, pelo que a conquista da casa representava para eles. Embora alguns desejassem que a casa durasse "para sempre", muitos diziam não acreditar que a casa duraria mais de 10 anos sem intervenções.
A grande maioria dos moradores entrevistados possuíam entre 26 e 35 anos. Metade deles estudaram até o ensino fundamental. Apenas um dos entrevistados possuía ensino superior completo.
A maioria das casas era habitada por famílias de três ou quatro pessoas, sendo um casal e seu(s) filho(s). Sendo assim, grande parte dos moradores eram famílias recentes, com filhos ainda crianças. Essas famílias reclamavam do tamanho do quarto do casal, mas o quarto das crianças supria as necessidades delas.
Encontramos também casais de jovens, sem filhos, que diziam que as casas eram bem adaptáveis, devido ao fato de não terem filhos. Eles afirmaram que a dimensão da casa seria um problema quando resolvessem ter filhos, e a casa precisaria passar por reformas.
A renda mensal da grande maioria dos entrevistados é acima de R$ 1000,00, sendo que quase a metade é acima de R$ 2000,00. Isso pôde ser percebido nas casas, que eram organizadas, com móveis novos e/ou de qualidade. Em todas as casas os moradores possuíam: moto e/ou carro, geladeira, uma ou mais televisões de plasma, computadores, acesso à internet, etc.
Todas as casas haviam feito algum tipo de modificação. A principal delas é a construção do muro de entrada. Apenas uma casa foi encontrada sem muro. Outras modificações incluem: troca de aparelhos hidráulicos, instalação do box do chuveiro, mudanças no fundo da casa, reformas na cozinha, pintura das paredes, troca de piso e rejunte, construção de varanda, etc.
A maior reclamação dos moradores é quanto ao tamanho da casa. A cozinha é o principal cômodo que recebe essa reclamação, seguida pelo banheiro e pela área de serviço. O quarto do casal também, pois não há espaço suficiente para a cama de casal, tendo essa que ficar encostada na parede. Os outros quartos são ocupados geralmente por crianças, que não necessitam de tanto espaço no quarto, por isso não recebem tantas reclamações. Alguns entrevistados citam a dificuldade de transitar os móveis entre um cômodo e outro, devido ao pequeno espaço das aberturas da casa.
Outra observação é que a planta da casa proporciona dificuldade de expansão da mesma. Um dos moradores disse que para expandir a cozinha, ele teria que destruir um quarto, e para fazer outro quarto, teria também que destruir outro.
Os moradores também dizem não haver copa, ou outro espaço para uma mesa de jantar, tendo muitos deles que fazer refeições no sofá. Nem a sala nem a cozinha possuem espaço apropriado para a ação de comer. A maioria das ações dos moradores eram realizadas na sala, principalmente no sofá, como: ler, comer, estudar, assistir televisão, conversar, etc. Em casas que moravam somente um casal, eles usavam o espaço da sala como copa, e um dos quartos como sala de televisão.
Comentou-se também sobre a baixa qualidade dos materiais originais da casa, e de infiltrações. Como já dito anteriormente, muitos moradores sentiram a necessidade de trocar materiais hidráulicos e o piso da casa, por exemplo.
Foi pouco citada pelos entrevistados a falta de privacidade dentro das casas. Por ser a maioria de famílias menores, a adaptação às casas era razoavelmente boa.

Quanto ao conforto térmico, alguns moradores reclamaram do calor no interior das casas. Mas a maioria dos que reclamaram desse ponto haviam cimentado o quintal da casa. Os que diziam que a casa era fresca haviam construído varanda. Não houve reclamações quanto à iluminação, mas o grupo de entrevistadores sentiu que a casa era um pouco escura por dentro.
Quanto à segurança, os moradores se contradizem. Alguns dizem se sentir seguros por haver policiais morando no bairro, mas outros dizem ter medo, principalmente de deixar seus filhos brincarem nas ruas do bairro.
Quanto ao bairro, há o pedido de construção de praças, parquinhos, quadras e outras áreas de lazer voltadas para a população. Citaram também a necessidade de escolas, posto de saúde e posto policial. Apenas um morador disse temer a construção de uma praça por isso comprometer a segurança do bairro.
Conclusão
No geral, o maior problema das casas do bairro é o tamanho dos cômodos, que não é coerente com as necessidades de cada morador, e a qualidade dos materiais usados na construção. Houve uma adaptação boa das pessoas à essas casas, principalmente os que fizeram maiores modificações.
Há a necessidade de um projeto que facilite a adaptação de cada morador à casa, tanto financeiramente quanto espacialmente. E o uso de materiais de melhor qualidade, que aumente a durabilidade dela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário